Tavares Abreu & Oliveira Advogados

Como Agir com Estratégia e Evitar Riscos ao Negócio em Casos de Pendencias em Financiamentos Corporativos

Ter um financiamento corporativo com pendencias é mais comum do que se imagina, especialmente em momentos de instabilidade econômica, queda de faturamento ou restrição no acesso a crédito. No entanto, diante desse cenário, o pior caminho é agir por impulso ou ceder à pressão imediata dos bancos. É fundamental adotar uma postura estratégica, com planejamento e respaldo jurídico, para impedir que a dívida evolua para um problema maior, afetando diretamente o patrimônio e até a continuidade das operações.

Neste guia, vamos apresentar como lidar com um financiamento empresarial em atraso, quais são os riscos envolvidos, os abusos mais frequentes praticados por instituições financeiras e quais caminhos o empresário pode seguir para se defender legalmente e regularizar a situação com segurança.

O motivo do alerta sobre pendencias em um financiamento corporativo e sua caracterização

Um financiamento empresarial entra na condição de “pendente” quando a empresa deixa de pagar uma ou mais parcelas dentro do prazo previsto no contrato. Isso pode acontecer por diversos fatores: sazonalidade no mercado, queda no faturamento, inadimplência de clientes ou falhas na gestão de fluxo de caixa.

O problema é que, a partir do primeiro dia de atraso, muitos contratos permitem ao banco aplicar juros, multas e encargos adicionais, além de bloquear limites de crédito, negativar o CNPJ e até acionar garantias. Em casos extremos, há cláusulas que antecipam o vencimento do saldo total, colocando em risco o planejamento financeiro da empresa. Por isso, um financiamento atrasado não é apenas uma dívida pendente — é um risco jurídico e operacional sério.

Principais impactos financeiros e jurídicos

O atraso em um financiamento empresarial pode gerar um efeito cascata:

  • Multa de até 2% sobre a parcela vencida
  • Juros de mora mensais
  • Correção monetária acumulada
  • Capitalização de juros, aumentando o saldo devedor de forma acelerada

No campo jurídico, o banco pode acionar a Justiça para executar a dívida, bloqueando contas, penhorando bens ou executando garantias como imóveis e veículos. Caso haja aval ou fiança no contrato, o patrimônio pessoal dos sócios também pode ser atingido.

Como os bancos agem e onde podem ocorrer abusos

Na prática, as instituições financeiras costumam adotar medidas imediatas de cobrança, como ligações frequentes, notificações extrajudiciais e propostas de renegociação que, muitas vezes, favorecem apenas o banco. Entre as práticas abusivas mais comuns estão:

  • Inclusão de taxas elevadas sem justificativa
  • Obrigação de contratar seguros ou serviços adicionais
  • Restrição de acesso à conta e retenção de valores
  • Compensações indevidas de créditos

É essencial que o empresário não aceite a primeira proposta sem uma análise jurídica criteriosa.

Quais encargos podem ser contestados

A multa por atraso não pode ultrapassar 2% do valor da parcela, e os juros de mora devem respeitar o limite legal de 1% ao mês. Capitalização de juros sem previsão clara no contrato, tarifas ocultas e cobranças cumulativas de juros remuneratórios e moratórios são passíveis de questionamento judicial.

Solicitar a planilha detalhada da dívida e submetê-la a avaliação contábil e jurídica pode revelar cobranças indevidas que reduzem significativamente o valor final.

Acordo de financiamento corporativo pendente

Negociar com bancos exige preparo e informação. Antes de sentar à mesa, é necessário levantar o histórico da dívida, entender o contrato e calcular a real capacidade de pagamento. Com base nisso, é possível formular uma contraproposta justa, que respeite os limites legais e preserve a viabilidade da empresa.

Renegociações “relâmpago” e sem análise prévia tendem a prolongar o problema. A negociação deve ser conduzida de forma técnica e, preferencialmente, com apoio jurídico especializado.

Quitação estratégica

Antes de quitar um financiamento atrasado, é fundamental confirmar se o valor exigido está correto e se todos os encargos são legítimos. Muitas vezes, quitar sem revisar o contrato significa pagar mais do que o devido. Alternativas como quitação antecipada com desconto, consolidação de dívidas ou contratação de crédito mais barato podem ser consideradas.

Revisão judicial como alternativa

Quando o banco se recusa a negociar ou insiste em manter cláusulas abusivas, a via judicial — por meio de uma ação revisional — pode ser a melhor estratégia. Esse caminho permite corrigir juros, eliminar encargos ilegais e reestruturar o contrato. Ao contrário do que muitos pensam, não significa romper com o banco, mas sim buscar um equilíbrio com respaldo legal.

Função do advogado defensor

Um advogado experiente em Direito Bancário é essencial para analisar contratos, identificar abusos, negociar com bancos e, se necessário, atuar judicialmente. Sua função vai além da defesa jurídica: ele protege o patrimônio da empresa e contribui para manter sua saúde financeira.

Prevenção e proteção do crédito empresarial

Atrasos podem resultar em negativação, protestos e bloqueio de crédito, afetando a imagem e a operação da empresa. Medidas preventivas como notificações formais ao banco, negociação antecipada e ações judiciais com pedidos de liminar ajudam a preservar o nome e a credibilidade no mercado.